Estamos no começo de um novo ano, onde as pessoas enxergam novas possibilidades com maior entusiasmo e otimismo. Porém, muito mais importante do que as suas promessas de ano novo (que não serão cumpridas), é o sentimento de realização obtido com uma vida e trabalho significativos.
Você já teve aqueles dias em que nada parece fazer sentido? Já parou para refletir se o que você está fazendo agora acrescenta algo significativo à sua vida? Pois é, o ano nem começou e já estou colaborando com a sua desmotivação – mas essa é a ideia.
Olhe ao redor. O que as pessoas estão fazendo? Sobre o que estão falando? O que as faz levantar da cama todos os dias? Estão fazendo a diferença ou apenas tentando desesperadamente dar sentido às suas vidas vazias e repletas de tédio?
O que temos criado de original? Quais as ideias que estão surgindo para mudar o mundo? Vejamos a indústria do cinema, por exemplo: Quantas continuações e remakes de filmes estão em produção e quantos são os projetos originais? E na literatura? Que obra atual rivaliza com Dostoievski, Cervantes ou Orwell? Pense nisso.
Vivemos lutando contra um monstro abstrato e invisível que muitos chamam de “crise” ou “depressão”. Mas talvez a verdadeira depressão a ser enfrentada não seja meramente sobre quanta produção econômica estamos gerando, mas o que estamos produzindo e por quê. Podemos chamar isso de depressão do potencial humano, uma história da significância humana sendo deliberadamente desperdiçada.
Se isso é o melhor que podemos fazer, não é à toa que a economia está perdendo o potencial. E não surpreende que nos sintamos vazios e sem rumo. Por isso, se quisermos fazer melhor, este é o momento de encarar com seriedade se estamos fazendo coisas que realmente importam. E aqui estão três perguntas para você fazer a si mesmo sobre como está gastando seu tempo:
1 – O que eu faço passa no teste do tempo?
Pondere sobre isso por um momento: a maioria das pessoas passa a maior parte da vida suando, sofrendo e se descabelando para fazer coisas que serão esquecidas na semana que vem. Você pode discordar, mas significância quer dizer produzir coisas fantásticas que vão durar. Talvez não para sempre, mas certamente mais do que um ou dois meses antes de se juntar a centenas de coisas que ninguém soube que existiram. Podemos citar vários exemplos, mas, tirando alguns poucos trabalhos em que uma nova geração está envolvida, a triste verdade é esta: Quando se trata de coisas em que as grandes indústrias estão investindo, não há nada que valha a pena ser lembrado, portanto nosso desempenho cultural é pobre quando consideramos o teste do tempo. É claro, isso tudo significa que, uma vez que praticamente todo mundo parece não passar no teste do tempo, você tem uma tremenda oportunidade de não seguir esse caminho.
2 – O que eu faço passa no teste de excelência?
Na maioria das reuniões, as primeiras e as últimas questões levantadas são: será que “o mercado, a economia e os consumidores” vão gostar do seu mais novo e reluzente produto em vez daquele do concorrente? Essa é a receita perfeita para a mediocridade: ter “consumidores” pouco satisfeitos, cansados, oprimidos e treinados para exigir o mínimo é quebrar o teto de vidro do mais baixo denominador comum do mercado. Use métricas mais elevadas: os críticos, estudiosos, fãs e adversários amam ou detestam seu produto/serviço? Significância é reconhecer que a opinião das pessoas não é igual – algumas contam mais do que outras pela simples razão de que são mais expressivas, educadas, sofisticadas, bem estruturadas e mais perceptivas do que outras.
3 – O que eu faço passa no meu próprio teste?
É fácil entender por que alguns jovens profissionais, especialmente os envolvidos com publicidade, design e comunicação, se sentem energizados e motivados pelas coisas que estão fazendo – é excitante fazer parte de equipes criativas. Mas vamos encarar a realidade. Em nossos leitos de morte, as realizações mais importantes que passarão pela nossa mente provavelmente não serão lembradas assim: “Em 2013 eu vendi milhares de cópias de uma coisa medíocre criada por outra pessoa para uma empresa que lançou o produto, fez sucesso por três dias e foi esquecida”.
Apesar de nos deixarmos encantar pelo sedutor poder que se apodera desses jovens motivados, é bom desafiá-los – e a você também – a considerar a questão da significância de uma forma um pouco mais sofisticada e humana. É comum nos envolvermos com trabalhos que parecem atraentes porque são socialmente bacanas e financeiramente recompensadores. Mas a sensação de realização não vem apenas do dinheiro ou porque alguma coisa é ‘legal’ – nem todo o dinheiro do mundo pode comprar o sentimento de realização.
Não é fácil ser humano. Mas esse é justamente o ponto. Talvez como uma consequência não intencional de nossa incansável busca por ‘mais, maior, mais rápido, mais barato’, acabamos aderindo confortavelmente a algo semelhante a um desprezo pelos detalhes para a riqueza e a grandeza da vida significativamente bem vivida. Por isso, considere este post uma declaração de pequena rebelião. Defina-me com todos os jargões conhecidos, enquadre-me em todas as teorias e modelos perfeitos que você conhece, mas eu nunca, nunca irei aceitar a ideia de que a trivialidade, a mediocridade e a futilidade são metas apropriadas para qualquer ser humano.
Nós crescemos de formas diferentes – mas nenhum de nós está aqui para não fazer a diferença. Assim, quais são as suas três questões para começar a fazer algo realmente significativo neste ano?
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