O que acontece com as habilidades criativas quando você foca sua atenção em apenas uma coisa? Tanner Christensen, empreendedor e especialista em marketing e criatividade, nos dá uma visão interessante sobre o fascinente comportamento do nosso cérebro em relação à criatitividade:
Como a concentração afeta a criatividade
A atenção é realmente um mistério quando tentamos entender a ciência de seu funcionamento. Seus sentidos estão consistentemente levando informações ao cérebro como sinais neuroquímicos ou elétricos, milhões de sinais por segundo, onde cada sinal é, então, interpretado por meio de várias seções de processamento.
Seu cérebro funciona de uma forma fantástica para filtrar os sinais que não são relevantes para seu bem-estar – coisas como a cor das meias de um desconhecido – o que significa que apenas os fatores realmente importantes alcançarão os níveis mais altos do pensamento, enquanto todo o resto é quase que completamente ignorado; e o cérebro faz tudo isso sem que sua consciência precise fazer nada. Apenas aquilo que realmente importa alcança níveis de pensamento onde podem ser processados.
Nossa habilidade de nos concentrar dessa forma cria, entretanto, alguns problemas para a criatividade.
Quando nos concentramos em uma tarefa ou em uma ideia, nós ativamos um filtro neurológico para que nosso cérebro trabalhe com isso, ignorando tudo o que não estiver relacionado à tarefa principal. Às vezes essa filtragem não intencional significa que podemos ignorar ideias em potencial ou soluções que podem estar fora do alcance do tema em que estamos concentrados. É como olhar através da lente de uma câmera e não ver nada além do seu campo limitado de visão.
Isso é um problema porque a criatividade é, afinal, parcialmente a experiência de conectar o previamente desconectado, as informações que você não pode ver fora do seu alcance. Concentração significa que podemos não fazer as conexões que mais precisamos. Talvez jamais vejamos os assuntos realmente interessantes que estão fora da nossa ‘lente’.
A concentração desempenha um papel positivo no processo criativo, aquele em que, uma vez que tenhamos uma solução ou ‘grande ideia’, poderemos nos focar para adaptá-la, melhorá-la ou implantá-la, mas quando se trata do fluxo criativo é importante ter momentos onde o baixo nível de processamento cerebral (responsável por lógica e filtros menores) pode deixar os sinais fluírem mais livremente. Você não vai querer eliminar boas opções potenciais logo nos primeiros estágios do processo de um brainstorm, pois focar sua atenção logo de cara poderá dificultar a ‘saída’ das ideias.
Assim, na próxima vez que estiver precisando de boas ideias ou daquela centelha criativa, tente não se concentrar e deixe seu cérebro fazer o que faz de melhor: processar tudo!